domingo, 22 de fevereiro de 2009

Degradação Ambiental

O ser humano é o principal agente da degradação ambiental e, também sua principal vítima. Os recursos naturais esgotam-se rapidamente, principalmente os não-renováveis, e os poluentes acumulam-se no ar, na água e no solo, comprometendo toda a biosfera.

Mas o ser humano sendo o principal causador dos problemas ambientais, deve-se conscientizar que também é quem pode resolvê-los.

"A sabedoria da natureza é tal que não produz nada de supérfluo ou inútil".

Nicolau Copérnico

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Cientistas brasileiros descobrem número de neurônios no cérebro

Órgão humano é maior do que o dos demais primatas,
mas isso não nos torna especiais

Assista ao vídeo e descubra quantos neurônios há no cérebro masculino...



Fonte: Bom dia Brasil/ TV Globo.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Hotspots dentro de hotspots

Hotspots de biodiversidade

Estudo publicado na Science, feito por brasileiros e norte-americanos, descreve método para localizar locais em que a biodiversidade corre mais risco dentro de áreas consideradas prioritárias para conservação.


Por meio do uso de registros climáticos e da análise de espécies da Mata Atlântica, um grupo de cientistas do Brasil e dos Estados Unidos desenvolveu um método para localizar dentro de hotspots de biodiversidade – as áreas prioritárias para preservação – as partes que correm maior risco. Ou seja, identificar hotspots dentro de hotspots.


Ao aplicar o método no Brasil, os cientistas verificaram que, apesar de a maioria dos esforços de conservação estar voltada à região mais ao sul do bioma, a região central – grande parte na Bahia – reúne uma diversidade biológica muito maior do que estimavam os conservacionistas.


O estudo, publicado na edição desta sexta-feira (6/2/2009) da revista Science, foi conduzido por Ana Carolina Carnaval, que atualmente fez pós-doutorado no Museu de Zoologia Vertebrada da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, Célio Haddad, professor da Universidade Estadual Paulista em Rio Claro e coordenador da área de biologia da FAPESP, Miguel Trefaut Rodrigues, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, Michael Hickerson, da Universidade da Cidade de Nova York, e Craig Moritz, de Berkeley.


A nova estratégia envolve observar espécies em uma área e, tomando como base registros climáticos históricos, estimar as distribuições das espécies no passado. O método permite obter uma indicação de quais regiões foram estáveis climaticamente e, com isso, estimar a diversidade das espécies e quais áreas se mantiveram instáveis, ou seja, mais propensas a ter menor diversidade biológica.


“Com esse método, podemos identificar áreas que têm funcionado como refúgios da biodiversidade. São pontos que se mantiveram climaticamente estáveis durante o tempo, onde comunidades locais foram capazes de persistir”, disse Ana Carolina.


A região central da Mata Atlântica é uma delas. “Ela é pouco conhecida e está sob extrema pressão antropogênica. Isso abre novas prioridades para conservação que devem chegar aos responsáveis pelas políticas públicas, ao público em geral e às organizações não-governamentais”, afirmou.


Os pesquisadores analisaram registros climáticos e sequências de DNA mitocondrial (herdadas apenas do lado materno, diferentemente do DNA nuclear) de três espécies de sapos comuns na Mata Atlântica.


Observaram que a vida em certas áreas da floresta permaneceu estável durante as flutuações glaciais, enquanto outras áreas foram colonizadas apenas recentemente, durante o Pleistoceno, de cerca de 1,8 milhão a 10 mil anos atrás.


“Ana e seus colegas descobriram, por meio de uma abordagem simples de combinar genética com modelagem ambiental, como podemos fazer previsões muito bem fundamentadas que podem guiar esforços de conservação”, destacou Moritz, que dirige o Museu de Zoologia Vertebrada em Berkeley.


Os autores do estudo alertam que, como a região central da Mata Atlântica experimenta elevado índice de desflorestamento, em comparação com as áreas mais ao sul, grande parcela de diversidade única pode se perder. A Mata Atlântica brasileira perdeu mais de 85% de sua área original.


Além disso, a destruição de hábitats na parte central da floresta poderá apagar rapidamente as assinaturas biológicas necessárias para o método desenvolvido por eles, o que prejudicaria iniciativas futuras de conservação.


Leia mais em: http://www.agencia.fapesp.br/materia/10072/divulgacao-cientifica/hotspots-dentro-de-hotspots.htm

Gordura atrai gordura

Ácido graxo encontrado em carnes vermelhas causa a morte de neurônios que controlam o apetite

Quem aprecia uma picanha malpassada e principalmente a camada branca de gordura que a envolve talvez se inquiete. Um tipo de gordura – os ácidos graxos saturados de cadeia longa, encontrados principalmente em carnes vermelhas – pode ser uma das causas da obesidade.

De acordo com experimentos realizados em camundongos, essas moléculas acionam uma inflamação no hipotálamo, na base do cérebro, que leva à destruição dos neurônios que controlam o apetite e a queima de calorias. “Talvez tenhamos encontrado uma explicação para a dificuldade de as pessoas obesas controlarem a fome e perderem peso, mesmo que adotem dietas severas para emagrecer”, diz Lício Velloso, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que coordenou esse estudo, publicado em janeiro na revista científica Journal of Neuroscience.

Os estudos anteriores da equipe de Velloso e de outros grupos já haviam mostrado que a obesidade era uma doença que começava no cérebro ou nos músculos, induzida por dietas com excesso de açúcares ou de gorduras. Esse excesso gerava resistência ao hormônio insulina, que carrega a glicose para as células, onde é transformada em energia, e induz ao consumo contínuo de alimentos.

Testes com animais já haviam mostrado que dietas ricas em gordura em geral danificavam o hipotálamo mais intensamente que as ricas em açúcares. Para ver qual tipo de gordura era mais danoso, os pesquisadores da Unicamp injetaram diferentes tipos de ácidos graxos de origem animal ou vegetal no hipotálamo de camundongos.

Os encontrados no óleo de soja mostraram um efeito tênue sobre o cérebro, enquanto os encontrados em gorduras animais e em proporção menor no óleo de amendoim apresentaram ação mais danosa. As moléculas de ácido graxo saturado se ligam a proteínas de superfície chamadas TLR-2 e TLR-4 de um tipo de células chamadas microglias, que protegem os neurônios do hipotálamo contra vírus e bactérias, de acordo com o experimento realizado por Marciane Milanski sob a orientação de Velloso. Uma vez acionadas, a TLR-2 e, em maior intensidade, a TLR-4 estimulam a produção de outras proteínas, conhecidas como citocinas. Normalmente, em outras partes do corpo, as citocinas estimulam a produção de anticorpos e de células especializados em combater vírus, bactérias e tumores.

No hipotálamo, as citocinas produzidas desse modo destroem neurônios que controlam o apetite e a queima de calorias. “O que não se sabia era o que poderia disparar essa inflamação que leva à morte de neurônios”, diz Velloso.

Quem gosta de comer carne com gordura deve estar se perguntando o que fazer para evitar essa situação. Certamente, acredita Velloso, reduzir o consumo de gorduras pode ajudar, mas, outra vez, não há informação sobre qual a quantidade de gorduras começa a matar neurônios nem se essa cascata de reações pode ser contida ou revertida. “O obeso, cujo organismo refaz continuamente o ponto de equilíbrio, corre o risco de nunca mais voltar ao equilíbrio anterior, com peso estável”, diz Velloso.

A saída ainda distante seria encontrar medicamentos anti-inflamatórios capazes de agir somente no hipotálamo e em resposta a estímulos gerados apenas por ácidos graxos saturados de cadeia longa, para evitar que as células de defesa deixem de reagir quando apareça algum vírus ou bactéria.


Escrito por: Carlos Fioravanti
Disponível em: <http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3780&bd=1&pg=1&lg=>.
Acesso em: 19 fev. 2009.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

O cérebro e as infecções

Medicamentos usados para tratar distúrbios mentais podem afetar resistência a vírus, bactérias e tumores

Em experimentos feitos em animais, alguns medicamentos usados para tratar ansiedade em seres humanos retardaram o combate a infecções.

Alguns antidepressivos, incluindo a fluoxetina, um dos mais usados no mundo, apresentaram efeitos semelhantes, enfraquecendo a defesa do organismo contra vírus e bactérias, enquanto um antipsicótico, o haloperidol, adotado no tratamento contra esquizofrenia, ativou as células de defesa, mesmo que não houvesse um problema iminente para resolverem.

Medicamentos planejados para atuar sobre o sistema nervoso agem também sobre o sistema imune, mas não se trata de uma relação de mão única: estímulos sobre o sistema imune também podem ecoar sobre o nervoso, em um jogo de interferências recíprocas em que ora um ora outro assume o comando do organismo.

As conclusões desses estudos, feitos no Brasil e em outros países, não podem ainda ser aplicadas de modo direto e imediato à realidade humana, por falta de levantamentos amplos que associem o uso de medicamentos contra distúrbios mentais a uma eventual maior incidência de infecções e até mesmo câncer.

Mais informações, acesse:

A Floresta no limite

Redução de chuvas elimina árvores de grande porte e diminui capacidade de absorção de carbono na Amazônia

As árvores mais altas e imponentes tinham muito menos folhas que o normal e já não se abraçavam no topo da floresta como antes. Várias estavam secas e mortas e por entre os vãos da copa deixavam espiar o céu.

Quase sempre inacessíveis a quem caminha pela mata, os raios de sol chegavam à camada de folhas no solo, deixando-a mais seca e propensa a pegar fogo.

Felizmente a transformação observada pelo engenheiro florestal paulista se restringe – ao menos por enquanto – a uma pequena área da Amazônia que na última década vem servindo de laboratório natural para pesquisadores brasileiros e norte-americanos interessados em descobrir o que pode acontecer com a mais vasta floresta tropical do mundo caso, como previsto, a temperatura do planeta continue aumentando e as chuvas diminuam na região.

Daniel Nepstad, ecólogo do Centro de Pesquisas Woods Hole, nos Estados Unidos, e fundador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), criou no final dos anos 1990 um elaborado experimento a céu aberto.

Selecionou um hectare de vegetação nativa – o correspondente a um quarteirão com 100 metros de lado – no qual simulou secas intensas semelhantes às causadas de tempos em tempos no leste da Amazônia pelo El Niño, o aquecimento anormal das águas superficiais do oceano Pacífico.

Os efeitos desse experimento complexo e dispendioso – foram medidos gases emitidos para a atmosfera, umidade do solo, crescimento das plantas, entre outros fatores – começaram a se tornar mais claros recentemente com a publicação de artigos científicos detalhando os danos causados por cinco anos de uma seca experimental severa que reduziu de 35% a 40% o volume de água que chegava ao solo (o índice médio de chuvas na região de Santarém é de 2 mil milímetros por ano, concentrados de dezembro a junho).

Modelos climáticos desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) estimam que algumas regiões da Amazônia podem ficar até oito graus mais quentes nas próximas décadas se o consumo de combustíveis derivados de petróleo e a derrubada e a queima de florestas no mundo seguirem no ritmo atual, elevando a concentração atmosférica de gás carbônico, o principal agente associado ao aquecimento e à transformação do clima do globo.

Uma provável consequência desse aumento da temperatura é a alteração no regime de chuvas no planeta. “Ainda não há um consenso sobre o que pode ocorrer com as chuvas na Amazônia”, explica Carlos Nobre, climatologista do Inpe e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão das Nações Unidas que analisa as evidências de alterações no clima da Terra.

“Dos 23 modelos climáticos que fundamentaram o relatório de 2007 do IPCC, a maioria mostra uma tendência de redução entre 10% e 30% das chuvas na Amazônia, mas o restante indica a possibilidade de que permaneçam nos níveis atuais ou até aumentem”, diz Nobre, coordenador do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais.

Leia toda reportagem no link abaixo:
http://www.revistapesquisa.fapesp.br/index.php?art=3772&bd=1&pg=1

Células-tronco contra a esclerose múltipla

Estudo internacional, com participação de brasileiro, sugere que autotransplante de medula óssea pode melhorar condição de pacientes

Um estudo de pesquisadores norte-americanos, com a participação do imunologista Júlio Cesar Voltarelli, do Centro de Terapia Celular (CTC) da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, mostra que pacientes com esclerose múltilpla (EM) ainda em estágios iniciais, mas que não respondem mais ao tratamento tradicional podem se beneficiar de uma agressiva abordagem terapêutica alternativa: quimioterapia com imunossupressores seguida de autotransplante de células-tronco hematopoéticas retiradas de sua própria medula óssea.

Em artigo científico publicado online no dia 30 de janeiro na revista inglesa Lancet Neurology, cientistas da Northwestern University, de Chicago, relatam que 21 adultos com a doença - ocasionada provavelmente por uma disfunção das células de defesa do organismo que atacam o sistema nervoso central e progressivamente provocam dores articulares, rigidez muscular e problemas motores - apresentaram melhora em sua situação neurológica depois de terem se submetido ao transplante autólogo.

Cerca de três anos (em média) após terem recebido o tratamento, todos os pacientes estavam vivos e em situação melhor do que a anterior ao procedimento. Cinco deles tiveram problemas decorrentes do tratamento, como diarreia ou infeçção viral, mas essas intercorrências foram debeladas com remédios. Outros cinco tiveram novas crises decorrentes da EM. No entanto, esses surtos foram debelados como drogas imunossupresoras.

"Esse é o primeiro estudo com transplantes de medula em esclerose múltipla que mostra melhora, e não apenas estabilização, da situação dos pacientes. O tratamento não é perfeito, não é a cura, mas melhora a qualidade de vida do paciente", comenta Voltarelli, um dos autores do artigo. "Minha participação no trabalho foi apenas intelectual, visto que testamos há anos o mesmo esquema terapêutico em doentes com diabetes do tipo 1 e com paciente de esclerose múltipla em estágio mais avançado." Um dos resultados mais espetaculares do grupo de Voltarelli foi ter usado com sucesso, ao menos temporário, o mesmo esquema terapêutico em pacientes com diabetes do tipo 1.

A lógica do tratamento conjugado é destruir, com a quimioterapia, o sistema imunológico do paciente, que é a causa primária da EM, e, em seguida, reconstituir as células de defesa do organismo a partir do autotransplante de células-tronco da medula. Dessa forma, o novo sistema imune, que é totalmente compatível com o receptor do transplante, mostra-se menos agressivo ao próprio organismo, minorando ou retardando os sintomas da doença.

Os pacientes do estudo da Lancet Neurology, todos tratados nos Estados Unidos e com idade média de 33 anos, tinham recebido o diagnóstico de EM há 5 anos em média. Há pelos menos seis meses os medicamentos normalmente usados para debelar suas crises neurológicas (corticóides e inteferon beta) não se mostravam mais eficientes. Por isso, apesar de estarem ainda em estágios iniciais da EM, sua participação foi autorizada no estudo.

Segundo Voltarelli, será feito um estudo internacional mais amplo em breve com mais pacientes de EM. "Este trabalho agora publicado foi uma preparação para um ensaio clínico que se iniciará brevemente em Chicago, Calgary (Canadá), Ribeirão Preto e outros centros", afirma o imunologista. "Vamos comparar o transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas com tratamentos alternativos medicamentosos."
Acesso em: 09 fev. 2009.

Perigo no mar...

Poluição e redução da fauna estimulam ataques de tubarões a banhistas

Tubarão Cabeça-chata: associado à maior parte dos acidentes na costa brasileira

Ao contrário do que se viu em Tubarão (Jaws), filme de 1975 do cineasta norte-americano Steven Spielberg, o temível peixe de dentes afiados não costuma expor a barbatana fora d’água para anunciar o ataque. Ele chega totalmente submerso, sem se fazer notar.

Foi assim, sorrateiro, que numa tarde chuvosa de maio de 1999 um tubarão cabeça-chata (Carcharhinus leucas) abocanhou a perna do surfista pernambucano Charles Barbosa Pires e o puxou para o fundo, sacudindo seu corpo embaixo d’água. Charles tentava se defender dando socos no bicho quando seus amigos, que haviam saído do mar e chamado os bombeiros, começaram a gritar para que nadasse. “Ouvi aquilo e fui em frente. Nadei até não aguentar mais e desmaiei”, conta.

Quando acordou no hospital estava com os dois braços enfaixados e não tinha mais as mãos. Hoje com 31 anos, Charles voltou a surfar depois de superar o medo de outro ataque e luta contra as sequelas físicas e psicológicas das mordidas – atualmente busca ajuda para conseguir duas próteses de mão, que custam cerca de R$ 100 mil.

Ele é um dos 32 sobreviventes dos 51 acidentes com tubarões registrados entre 1992 e 2006 – houve 19 mortes – na costa da capital de Pernambuco, o estado brasileiro que soma o maior número de casos do tipo. Em nível mundial, o Brasil é o sétimo colocado em ataques – em primeiro estão os Estados Unidos onde se registraram 836 acidentes em 330 anos, seguidos da Austrália com 329 ataques em 300 anos, segundo a lista do Arquivo Internacional de Ataque de Tubarão (Isaf), do Museu de História Natural da Flórida.

Apesar de haver menos acidentes por aqui, proporcionalmente mais pessoas morrem em decorrência da gravidade dos ferimentos. “No Brasil são os tubarões cabeça-chata adultos, capazes de causar lesões maiores e mais profundas, que em geral atacam”, explica o engenheiro de pesca Fábio Hazin, pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Nos últimos anos Hazin e pesquisadores dos Estados Unidos vêm analisando os ataques de tubarão na costa pernambucana em busca de explicações para esses acidentes. E agora chegaram a algumas conclusões.

Ao menos no litoral de Pernambuco os ataques dos tubarões a quem se aventura a pegar uma onda ou a se refrescar no mar estão associados a dois fatores: as alterações no ambiente provocadas pelos seres humanos e a certo abuso das pessoas que insistem em nadar próximo às áreas frequentadas por esses peixes.

Leia a reportagem na íntegra, acessando o link abaixo:

http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3748&bd=1&pg=1&lg=

Biotecnologia

Brasil concentra 12% das lavouras transgênicas do mundo


Os agricultores brasileiros cultivaram 15,8 milhões de hectares de lavouras geneticamente modificadas (GM) em 2008, registrando um crescimento de 5,3% em relação a 2007.

Os dados fazem parte do relatório “Situação global da comercialização de lavouras geneticamente modificadas: 2008”, desenvolvido pelo Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA) e lançado mundialmente no dia 11 de fevereiro deste ano.

Com essa adoção, o Brasil foi responsável por 12% das culturas transgênicas plantadas no mundo no ano passado, além de se manter na terceira posição do ranking dos maiores produtores de transgênicos, atrás dos Estados Unidos (62,5 milhões de hectares) e da Argentina (19,1 milhões).

A área global de plantações geneticamente modificadas cresceu 10,7 milhões de hectares em 2008, ou 9,4% em relação ao período anterior. Com o aumento, as lavouras transgênicas alcançaram 125 milhões de hectares cultivados.
Leia mais no site do CIB:

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Livros recomendados

*Uma outra boa indicação de livro de Ecologia é o:
- Livro: Ecologia
Autor: Eugene Odum
Editora: Guanabara Koogan

Resumo da obra:

Obra de uma das maiores autoridades em Ecologia, onde os temas são abordados didaticamente, do todo para as partes, selecionando novos exemplos relacionados com as atividades humanas.

É uma versão atualizada e extensamente reescrita do clássico Fundamentals of Ecology, tendo em vista as novas descobertas e o aumento da consciência ambiental do público.

A ecologia populacional recebeu uma cobertura extensa nos dois capítulos que tratam de populações e comunidades. Apêndice com a descrição dos principais tipos de ecossistemas naturais da biosfera. Destinado a estudantes de biologia, engenharia florestal, sociologia, e profissionais interessados nos problemas ambientais.

Aborda temas referentes: aos ecossistemas, a energia nos sistemas ecológicos, os ciclos biogeoquímicos, fatores limitantes e o ambiente físico.

Enfatiza também a dinâmica de populações, desenvolvimento das comunidades e evolução no ecossistema, o método dos sistemas e os modelos matemáticos em Ecologia.

Os livros aqui recomendados servem para auxiliar na busca de conteúdos referentes a Ecologia, facilitando a compreensão e estudo desta disciplina.

Livros recomendados

Ecologia

A palavra Ecologia tem origem no grego “oikos", que significa casa, e "logos", estudo. Logo, seria o estudo da casa, ou seja, do lugar onde se vive.

Foi o naturalista alemão Ernst Haeckel, em 1869, quem primeiro usou este termo para designar o estudo das relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem, além da distribuição e abundância dos mesmos no planeta.

Portanto, Ecologia é o estudo das interações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente.

Se você é estudante de Biologia, áreas afins ou se interessa por assuntos de Ecologia.Recomendamos a leitura dos seguintes livros que irão ajudá-lo a entender o estudo do meio ambiente e suas inter-relações com os diversos seres vivos:

- Livro: A Economia da Natureza
Autor: RICKLEFS, Robert E.
Edição: 5ª / 2003
Editora: Guanabara koogan

Resumo da obra:

O livro então introduz o conceito de bioma mostrando a diversidade de habitats na Terra; discutindo como a energia dos alimentos se move entre os diferentes componentes da biosfera, enfatizando a interconexão da vida e do mundo físico.

Expõe a estrutura e a dinâmica populacional e as interações entre as populações de diferentes espécies, incluindo as interações pedrador-presa e a competição.

Discutindo também a organização e a regulação das comunidades ecológicas, enfatizando como os sistemas ecológicos são continuamente desafiados e mantidos, e como a dinâmica desses sintomas formam padrões de biodiversidade no planeta. Enfatizando uma visão geral dos problemas ambientais e algumas de suas soluções.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Reprogramação celular

Grupos do Rio de Janeiro e de Ribeirão Preto reprogramam células humanas adultas e as fazem se comportar como células-tronco embrionárias

Linhagem de célula-tronco com pluripotência induzida: Brasil é o quinto país a dominar a técnica.

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto Nacional do Câncer (Inca) conseguiram reprogramar células adultas humanas (e de camundongos) e as fizeram se comportar como se fossem células-tronco embrionárias, revelou no sábado (24/01) reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

É a primeira vez que um grupo de pesquisa nacional produz as chamadas células-tronco pluripotentes induzidas (iPS, na sigla em inglês), em tese capazes, como as células-tronco embrionárias, de gerar qualquer tipo de célula e de tecido de um organismo.

Na terça-feira (27), um grupo do Centro de Terapia Celular (CTC) do Hemocentro de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), anunciou que também havia obtido células-tronco pluripotentes induzidas a partir de fibroblastos humanos, um tipo de célula da pele. O CTC é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) financiados pela FAPESP.

O Brasil é o quinto país a dominar a técnica de produzir iPS, ao lado dos Estados Unidos, China, Alemanha e Japão.

O trabalho no Rio de Janeiro foi coordenado pelo neurocientista Stevens Rehen da UFRJ e pelo biomédico Martin Bonamino do Inca, que mudaram a programação de uma linhagem de células adultas humanas obtidas de rins.

Os cientistas esperam que o método possa estimular os estudos com células-tronco para o tratamento de doenças. "O domínio da técnica de reprogramação celular garante ao país a possibilidade imediata de criação de modelos inéditos para o estudo de doenças como Parkinson, esquizofrenia, cardiopatias, além de doenças genéticas como Síndrome de Down, distrofia muscular", disse Rehen.

A grande vantagem do novo método, criado no Japão e que foi eleito pela revista científica Science como o maior feito do ano de 2008, é não necessitar de embriões para a produção de células-tronco pluripotentes, entrave ético que provoca acalorados debates nos meios científico e religioso.

A reprogramação foi obtida por meio da inserção de quatro genes (Oct-3/4, Sox-2, Klf-4 e c-Myc) em retrovírus, que, em seguida, foram introduzidos nas células adultas. É a ação dos genes que faz as células adultas retrocederem a um estágio indiferenciado igual ao das das células-tronco embrionárias.

A receita usada para obter as células-tronco com pluripotência induzida pode ser obtida no site dos pesquisadores cariocas. "Queremos estimular o uso da técnica por outros laboratórios do país", disse Rehen. Essa linha de pesquisa não tem a pretensão de substituir os estudos com células-tronco embrionárias. É uma uma abordagem complementar, que pode diminuir a necessidade do emprego na pesquisa científica de embriões descartadados por clínicas de fertilização in vitro.

Trabalhando com Elisa Maria de Souza Russo Carbolante, a pesquisadora Virgínia Picanço e Castro, do CTC de Ribeirão Preto, usou uma técnica bastante semelhante à empregada por seus colegas cariocas para produzir as iPS.

A reprogramação também foi obtida pela inserção de retrovírus que carregavam genes - nesse caso, seis genes, e não quatro, como no trabalho da UFRJ/Inca - com as instruções necessárias para que as células adultas retrocedessem a um estágio semelhante aos das células-tronco embrionárias. "Estamos reproduzindo agora essas células em laboratório para que tenhamos material para muitos estudos", diz Virgínia.

Fonte: http://www.revistapesquisa.fapesp.br/index.php?art=5323&bd=2&pg=1&lg=. Acesso em: 27 jan. 2009. A edição de Pesquisa FAPESP de fevereiro traz reportagem completa sobre o trabalho dos pesquisadores da UFRJ e do Inca.