domingo, 1 de março de 2009

Armazém submarino

Fauna antártica do fundo do mar tem recursos para se manter ativa mesmo no inverno

No inverno antártico o sol espia acima do horizonte só por umas três horas a cada dia, a temperatura fica por volta dos 30º Celsius negativos, o mar congela e se torna parte do continente que abriga o polo Sul do planeta.

Os organismos que vivem embaixo d’água não têm como chegar à superfície e as profundezas do oceano se tornam ainda mais sombrias do que de costume. Há dez anos o oceanógrafo Paulo Sumida, da Universidade de São Paulo (USP), investiga como a fauna do fundo do mar na península Antártica Ocidental – a ponta do continente mais próxima da América do Sul – sobrevive até a volta do verão.

Estudiosos dessa região espalhados pelo mundo todo já tinham averiguado a ecologia de organismos que habitam o continente e as águas que o circundam. “O plâncton, que vive na coluna d’água, tem muitas estratégias para lidar com a falta de alimento”, conta Sumida.

Pepinos-do-mar sobrevivem mesmo no inverno antártico


Uma delas é assumir a forma de cistos dormentes à espera de tempos mais propícios para encontrar alimento e se reproduzir. Outros organismos em suspensão na água, como o krill (crustáceos que se parecem com camarões), se alimentam das algas que encontram aderidas na face submersa do gelo.

Mas como ficam os organismos de fundo, conhecidos como bentos, que dependem do alimento que cai da superfície? Para ver o que acontece a profundidades entre 500 e 640 metros, o grupo explorou o fundo do mar de Bellingshausen.

Os resultados da parte analisada por Sumida e por Angelo Bernardino, na época seu aluno de mestrado, no Instituto Oceanográfico da USP, publicados em novembro de 2008 na revista Deep-Sea Research II, mostram que ouriços-do-mar arroxeados, delicados lírios-do-mar – parentes das estrelas-do-mar – que nadam agitando os finos tentáculos, pepinos-do-mar alaranjados e poliquetas – animais semelhantes a minhocas espinhudas com até 25 centímetros de comprimento – têm uma despensa à sua disposição durante o inverno.

A descoberta é resultado do projeto Food for Benthos on the Antarctic Continental Shelf (Foodbancs), coordenado por Craig Smith, da Universidade do Havaí, e David DeMaster, da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, de que o oceanógrafo da USP faz parte.

Mais açúcar na cana

Ar rico em CO2 faz planta produzir mais glicose

O programa de rádio da Pesquisa FAPESP entrevistou no dia 21 de fevereiro de 2009 - o botânico Marcos Buckeridge, da Universidade de São Paulo (USP), um dos coordenadores do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (Bioen).

Buckeridge e equipe comprovaram que o excesso de gás carbônico no ar faz a cana-de-açúcar produzir mais glicose. Em seus estudos, os pesquisadores do Bioen encontraram a fase exata da fotossíntese em que ocorre o aumento na produção de açúcar e agora podem propor avanços significativos na indústria do etanol.

Mais informações: Pesquisa FAPESP Online.

Ser Biólogo...

Biólogo não cheira, estimula os bulbos olfativos.
Biólogo não toca, recebe estímulos tácteis.
Biólogo não respira, quebra carboidratos.
Biólogo não tem depressão, tem disfunção no hipotálamo.
Biólogo não admira a natureza, analisa o ecossistema.
Biólogo não elogia, descreve processos.
Biólogo não tem reflexos, tem mensagens neurotransmitidas involuntariamente.
Biólogo não facilita discussões, catalisa substratos.
Biólogo não faz sexo, copula.
Biólogo não admite algo sem resposta, diz que é hereditário.
Biólogo não fala, coordena vibrações nas cordas vocais.
Biólogo não pensa, faz sinapses.
Biólogo não toma susto, recebe resposta galvânica incoerente.
Biólogo não chora, produz secreções lacrimais.
Biólogo não espera retorno de chamadas, espera feedback.
Biólogo não se apaixona, sofre reações químicas.
Biólogo não perde energia, gasta ATP.
Biólogo não divide, faz meiose.
Biólogo não falece, tem morte histológica.
Biólogo não beija, permuta microrganismos.
Biólogo é um apaixonado pela vida!!!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Degradação Ambiental

O ser humano é o principal agente da degradação ambiental e, também sua principal vítima. Os recursos naturais esgotam-se rapidamente, principalmente os não-renováveis, e os poluentes acumulam-se no ar, na água e no solo, comprometendo toda a biosfera.

Mas o ser humano sendo o principal causador dos problemas ambientais, deve-se conscientizar que também é quem pode resolvê-los.

"A sabedoria da natureza é tal que não produz nada de supérfluo ou inútil".

Nicolau Copérnico

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Cientistas brasileiros descobrem número de neurônios no cérebro

Órgão humano é maior do que o dos demais primatas,
mas isso não nos torna especiais

Assista ao vídeo e descubra quantos neurônios há no cérebro masculino...



Fonte: Bom dia Brasil/ TV Globo.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Hotspots dentro de hotspots

Hotspots de biodiversidade

Estudo publicado na Science, feito por brasileiros e norte-americanos, descreve método para localizar locais em que a biodiversidade corre mais risco dentro de áreas consideradas prioritárias para conservação.


Por meio do uso de registros climáticos e da análise de espécies da Mata Atlântica, um grupo de cientistas do Brasil e dos Estados Unidos desenvolveu um método para localizar dentro de hotspots de biodiversidade – as áreas prioritárias para preservação – as partes que correm maior risco. Ou seja, identificar hotspots dentro de hotspots.


Ao aplicar o método no Brasil, os cientistas verificaram que, apesar de a maioria dos esforços de conservação estar voltada à região mais ao sul do bioma, a região central – grande parte na Bahia – reúne uma diversidade biológica muito maior do que estimavam os conservacionistas.


O estudo, publicado na edição desta sexta-feira (6/2/2009) da revista Science, foi conduzido por Ana Carolina Carnaval, que atualmente fez pós-doutorado no Museu de Zoologia Vertebrada da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, Célio Haddad, professor da Universidade Estadual Paulista em Rio Claro e coordenador da área de biologia da FAPESP, Miguel Trefaut Rodrigues, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, Michael Hickerson, da Universidade da Cidade de Nova York, e Craig Moritz, de Berkeley.


A nova estratégia envolve observar espécies em uma área e, tomando como base registros climáticos históricos, estimar as distribuições das espécies no passado. O método permite obter uma indicação de quais regiões foram estáveis climaticamente e, com isso, estimar a diversidade das espécies e quais áreas se mantiveram instáveis, ou seja, mais propensas a ter menor diversidade biológica.


“Com esse método, podemos identificar áreas que têm funcionado como refúgios da biodiversidade. São pontos que se mantiveram climaticamente estáveis durante o tempo, onde comunidades locais foram capazes de persistir”, disse Ana Carolina.


A região central da Mata Atlântica é uma delas. “Ela é pouco conhecida e está sob extrema pressão antropogênica. Isso abre novas prioridades para conservação que devem chegar aos responsáveis pelas políticas públicas, ao público em geral e às organizações não-governamentais”, afirmou.


Os pesquisadores analisaram registros climáticos e sequências de DNA mitocondrial (herdadas apenas do lado materno, diferentemente do DNA nuclear) de três espécies de sapos comuns na Mata Atlântica.


Observaram que a vida em certas áreas da floresta permaneceu estável durante as flutuações glaciais, enquanto outras áreas foram colonizadas apenas recentemente, durante o Pleistoceno, de cerca de 1,8 milhão a 10 mil anos atrás.


“Ana e seus colegas descobriram, por meio de uma abordagem simples de combinar genética com modelagem ambiental, como podemos fazer previsões muito bem fundamentadas que podem guiar esforços de conservação”, destacou Moritz, que dirige o Museu de Zoologia Vertebrada em Berkeley.


Os autores do estudo alertam que, como a região central da Mata Atlântica experimenta elevado índice de desflorestamento, em comparação com as áreas mais ao sul, grande parcela de diversidade única pode se perder. A Mata Atlântica brasileira perdeu mais de 85% de sua área original.


Além disso, a destruição de hábitats na parte central da floresta poderá apagar rapidamente as assinaturas biológicas necessárias para o método desenvolvido por eles, o que prejudicaria iniciativas futuras de conservação.


Leia mais em: http://www.agencia.fapesp.br/materia/10072/divulgacao-cientifica/hotspots-dentro-de-hotspots.htm

Gordura atrai gordura

Ácido graxo encontrado em carnes vermelhas causa a morte de neurônios que controlam o apetite

Quem aprecia uma picanha malpassada e principalmente a camada branca de gordura que a envolve talvez se inquiete. Um tipo de gordura – os ácidos graxos saturados de cadeia longa, encontrados principalmente em carnes vermelhas – pode ser uma das causas da obesidade.

De acordo com experimentos realizados em camundongos, essas moléculas acionam uma inflamação no hipotálamo, na base do cérebro, que leva à destruição dos neurônios que controlam o apetite e a queima de calorias. “Talvez tenhamos encontrado uma explicação para a dificuldade de as pessoas obesas controlarem a fome e perderem peso, mesmo que adotem dietas severas para emagrecer”, diz Lício Velloso, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que coordenou esse estudo, publicado em janeiro na revista científica Journal of Neuroscience.

Os estudos anteriores da equipe de Velloso e de outros grupos já haviam mostrado que a obesidade era uma doença que começava no cérebro ou nos músculos, induzida por dietas com excesso de açúcares ou de gorduras. Esse excesso gerava resistência ao hormônio insulina, que carrega a glicose para as células, onde é transformada em energia, e induz ao consumo contínuo de alimentos.

Testes com animais já haviam mostrado que dietas ricas em gordura em geral danificavam o hipotálamo mais intensamente que as ricas em açúcares. Para ver qual tipo de gordura era mais danoso, os pesquisadores da Unicamp injetaram diferentes tipos de ácidos graxos de origem animal ou vegetal no hipotálamo de camundongos.

Os encontrados no óleo de soja mostraram um efeito tênue sobre o cérebro, enquanto os encontrados em gorduras animais e em proporção menor no óleo de amendoim apresentaram ação mais danosa. As moléculas de ácido graxo saturado se ligam a proteínas de superfície chamadas TLR-2 e TLR-4 de um tipo de células chamadas microglias, que protegem os neurônios do hipotálamo contra vírus e bactérias, de acordo com o experimento realizado por Marciane Milanski sob a orientação de Velloso. Uma vez acionadas, a TLR-2 e, em maior intensidade, a TLR-4 estimulam a produção de outras proteínas, conhecidas como citocinas. Normalmente, em outras partes do corpo, as citocinas estimulam a produção de anticorpos e de células especializados em combater vírus, bactérias e tumores.

No hipotálamo, as citocinas produzidas desse modo destroem neurônios que controlam o apetite e a queima de calorias. “O que não se sabia era o que poderia disparar essa inflamação que leva à morte de neurônios”, diz Velloso.

Quem gosta de comer carne com gordura deve estar se perguntando o que fazer para evitar essa situação. Certamente, acredita Velloso, reduzir o consumo de gorduras pode ajudar, mas, outra vez, não há informação sobre qual a quantidade de gorduras começa a matar neurônios nem se essa cascata de reações pode ser contida ou revertida. “O obeso, cujo organismo refaz continuamente o ponto de equilíbrio, corre o risco de nunca mais voltar ao equilíbrio anterior, com peso estável”, diz Velloso.

A saída ainda distante seria encontrar medicamentos anti-inflamatórios capazes de agir somente no hipotálamo e em resposta a estímulos gerados apenas por ácidos graxos saturados de cadeia longa, para evitar que as células de defesa deixem de reagir quando apareça algum vírus ou bactéria.


Escrito por: Carlos Fioravanti
Disponível em: <http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3780&bd=1&pg=1&lg=>.
Acesso em: 19 fev. 2009.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

O cérebro e as infecções

Medicamentos usados para tratar distúrbios mentais podem afetar resistência a vírus, bactérias e tumores

Em experimentos feitos em animais, alguns medicamentos usados para tratar ansiedade em seres humanos retardaram o combate a infecções.

Alguns antidepressivos, incluindo a fluoxetina, um dos mais usados no mundo, apresentaram efeitos semelhantes, enfraquecendo a defesa do organismo contra vírus e bactérias, enquanto um antipsicótico, o haloperidol, adotado no tratamento contra esquizofrenia, ativou as células de defesa, mesmo que não houvesse um problema iminente para resolverem.

Medicamentos planejados para atuar sobre o sistema nervoso agem também sobre o sistema imune, mas não se trata de uma relação de mão única: estímulos sobre o sistema imune também podem ecoar sobre o nervoso, em um jogo de interferências recíprocas em que ora um ora outro assume o comando do organismo.

As conclusões desses estudos, feitos no Brasil e em outros países, não podem ainda ser aplicadas de modo direto e imediato à realidade humana, por falta de levantamentos amplos que associem o uso de medicamentos contra distúrbios mentais a uma eventual maior incidência de infecções e até mesmo câncer.

Mais informações, acesse:

A Floresta no limite

Redução de chuvas elimina árvores de grande porte e diminui capacidade de absorção de carbono na Amazônia

As árvores mais altas e imponentes tinham muito menos folhas que o normal e já não se abraçavam no topo da floresta como antes. Várias estavam secas e mortas e por entre os vãos da copa deixavam espiar o céu.

Quase sempre inacessíveis a quem caminha pela mata, os raios de sol chegavam à camada de folhas no solo, deixando-a mais seca e propensa a pegar fogo.

Felizmente a transformação observada pelo engenheiro florestal paulista se restringe – ao menos por enquanto – a uma pequena área da Amazônia que na última década vem servindo de laboratório natural para pesquisadores brasileiros e norte-americanos interessados em descobrir o que pode acontecer com a mais vasta floresta tropical do mundo caso, como previsto, a temperatura do planeta continue aumentando e as chuvas diminuam na região.

Daniel Nepstad, ecólogo do Centro de Pesquisas Woods Hole, nos Estados Unidos, e fundador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), criou no final dos anos 1990 um elaborado experimento a céu aberto.

Selecionou um hectare de vegetação nativa – o correspondente a um quarteirão com 100 metros de lado – no qual simulou secas intensas semelhantes às causadas de tempos em tempos no leste da Amazônia pelo El Niño, o aquecimento anormal das águas superficiais do oceano Pacífico.

Os efeitos desse experimento complexo e dispendioso – foram medidos gases emitidos para a atmosfera, umidade do solo, crescimento das plantas, entre outros fatores – começaram a se tornar mais claros recentemente com a publicação de artigos científicos detalhando os danos causados por cinco anos de uma seca experimental severa que reduziu de 35% a 40% o volume de água que chegava ao solo (o índice médio de chuvas na região de Santarém é de 2 mil milímetros por ano, concentrados de dezembro a junho).

Modelos climáticos desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) estimam que algumas regiões da Amazônia podem ficar até oito graus mais quentes nas próximas décadas se o consumo de combustíveis derivados de petróleo e a derrubada e a queima de florestas no mundo seguirem no ritmo atual, elevando a concentração atmosférica de gás carbônico, o principal agente associado ao aquecimento e à transformação do clima do globo.

Uma provável consequência desse aumento da temperatura é a alteração no regime de chuvas no planeta. “Ainda não há um consenso sobre o que pode ocorrer com as chuvas na Amazônia”, explica Carlos Nobre, climatologista do Inpe e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão das Nações Unidas que analisa as evidências de alterações no clima da Terra.

“Dos 23 modelos climáticos que fundamentaram o relatório de 2007 do IPCC, a maioria mostra uma tendência de redução entre 10% e 30% das chuvas na Amazônia, mas o restante indica a possibilidade de que permaneçam nos níveis atuais ou até aumentem”, diz Nobre, coordenador do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais.

Leia toda reportagem no link abaixo:
http://www.revistapesquisa.fapesp.br/index.php?art=3772&bd=1&pg=1

Células-tronco contra a esclerose múltipla

Estudo internacional, com participação de brasileiro, sugere que autotransplante de medula óssea pode melhorar condição de pacientes

Um estudo de pesquisadores norte-americanos, com a participação do imunologista Júlio Cesar Voltarelli, do Centro de Terapia Celular (CTC) da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, mostra que pacientes com esclerose múltilpla (EM) ainda em estágios iniciais, mas que não respondem mais ao tratamento tradicional podem se beneficiar de uma agressiva abordagem terapêutica alternativa: quimioterapia com imunossupressores seguida de autotransplante de células-tronco hematopoéticas retiradas de sua própria medula óssea.

Em artigo científico publicado online no dia 30 de janeiro na revista inglesa Lancet Neurology, cientistas da Northwestern University, de Chicago, relatam que 21 adultos com a doença - ocasionada provavelmente por uma disfunção das células de defesa do organismo que atacam o sistema nervoso central e progressivamente provocam dores articulares, rigidez muscular e problemas motores - apresentaram melhora em sua situação neurológica depois de terem se submetido ao transplante autólogo.

Cerca de três anos (em média) após terem recebido o tratamento, todos os pacientes estavam vivos e em situação melhor do que a anterior ao procedimento. Cinco deles tiveram problemas decorrentes do tratamento, como diarreia ou infeçção viral, mas essas intercorrências foram debeladas com remédios. Outros cinco tiveram novas crises decorrentes da EM. No entanto, esses surtos foram debelados como drogas imunossupresoras.

"Esse é o primeiro estudo com transplantes de medula em esclerose múltipla que mostra melhora, e não apenas estabilização, da situação dos pacientes. O tratamento não é perfeito, não é a cura, mas melhora a qualidade de vida do paciente", comenta Voltarelli, um dos autores do artigo. "Minha participação no trabalho foi apenas intelectual, visto que testamos há anos o mesmo esquema terapêutico em doentes com diabetes do tipo 1 e com paciente de esclerose múltipla em estágio mais avançado." Um dos resultados mais espetaculares do grupo de Voltarelli foi ter usado com sucesso, ao menos temporário, o mesmo esquema terapêutico em pacientes com diabetes do tipo 1.

A lógica do tratamento conjugado é destruir, com a quimioterapia, o sistema imunológico do paciente, que é a causa primária da EM, e, em seguida, reconstituir as células de defesa do organismo a partir do autotransplante de células-tronco da medula. Dessa forma, o novo sistema imune, que é totalmente compatível com o receptor do transplante, mostra-se menos agressivo ao próprio organismo, minorando ou retardando os sintomas da doença.

Os pacientes do estudo da Lancet Neurology, todos tratados nos Estados Unidos e com idade média de 33 anos, tinham recebido o diagnóstico de EM há 5 anos em média. Há pelos menos seis meses os medicamentos normalmente usados para debelar suas crises neurológicas (corticóides e inteferon beta) não se mostravam mais eficientes. Por isso, apesar de estarem ainda em estágios iniciais da EM, sua participação foi autorizada no estudo.

Segundo Voltarelli, será feito um estudo internacional mais amplo em breve com mais pacientes de EM. "Este trabalho agora publicado foi uma preparação para um ensaio clínico que se iniciará brevemente em Chicago, Calgary (Canadá), Ribeirão Preto e outros centros", afirma o imunologista. "Vamos comparar o transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas com tratamentos alternativos medicamentosos."
Acesso em: 09 fev. 2009.

Perigo no mar...

Poluição e redução da fauna estimulam ataques de tubarões a banhistas

Tubarão Cabeça-chata: associado à maior parte dos acidentes na costa brasileira

Ao contrário do que se viu em Tubarão (Jaws), filme de 1975 do cineasta norte-americano Steven Spielberg, o temível peixe de dentes afiados não costuma expor a barbatana fora d’água para anunciar o ataque. Ele chega totalmente submerso, sem se fazer notar.

Foi assim, sorrateiro, que numa tarde chuvosa de maio de 1999 um tubarão cabeça-chata (Carcharhinus leucas) abocanhou a perna do surfista pernambucano Charles Barbosa Pires e o puxou para o fundo, sacudindo seu corpo embaixo d’água. Charles tentava se defender dando socos no bicho quando seus amigos, que haviam saído do mar e chamado os bombeiros, começaram a gritar para que nadasse. “Ouvi aquilo e fui em frente. Nadei até não aguentar mais e desmaiei”, conta.

Quando acordou no hospital estava com os dois braços enfaixados e não tinha mais as mãos. Hoje com 31 anos, Charles voltou a surfar depois de superar o medo de outro ataque e luta contra as sequelas físicas e psicológicas das mordidas – atualmente busca ajuda para conseguir duas próteses de mão, que custam cerca de R$ 100 mil.

Ele é um dos 32 sobreviventes dos 51 acidentes com tubarões registrados entre 1992 e 2006 – houve 19 mortes – na costa da capital de Pernambuco, o estado brasileiro que soma o maior número de casos do tipo. Em nível mundial, o Brasil é o sétimo colocado em ataques – em primeiro estão os Estados Unidos onde se registraram 836 acidentes em 330 anos, seguidos da Austrália com 329 ataques em 300 anos, segundo a lista do Arquivo Internacional de Ataque de Tubarão (Isaf), do Museu de História Natural da Flórida.

Apesar de haver menos acidentes por aqui, proporcionalmente mais pessoas morrem em decorrência da gravidade dos ferimentos. “No Brasil são os tubarões cabeça-chata adultos, capazes de causar lesões maiores e mais profundas, que em geral atacam”, explica o engenheiro de pesca Fábio Hazin, pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Nos últimos anos Hazin e pesquisadores dos Estados Unidos vêm analisando os ataques de tubarão na costa pernambucana em busca de explicações para esses acidentes. E agora chegaram a algumas conclusões.

Ao menos no litoral de Pernambuco os ataques dos tubarões a quem se aventura a pegar uma onda ou a se refrescar no mar estão associados a dois fatores: as alterações no ambiente provocadas pelos seres humanos e a certo abuso das pessoas que insistem em nadar próximo às áreas frequentadas por esses peixes.

Leia a reportagem na íntegra, acessando o link abaixo:

http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3748&bd=1&pg=1&lg=

Biotecnologia

Brasil concentra 12% das lavouras transgênicas do mundo


Os agricultores brasileiros cultivaram 15,8 milhões de hectares de lavouras geneticamente modificadas (GM) em 2008, registrando um crescimento de 5,3% em relação a 2007.

Os dados fazem parte do relatório “Situação global da comercialização de lavouras geneticamente modificadas: 2008”, desenvolvido pelo Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA) e lançado mundialmente no dia 11 de fevereiro deste ano.

Com essa adoção, o Brasil foi responsável por 12% das culturas transgênicas plantadas no mundo no ano passado, além de se manter na terceira posição do ranking dos maiores produtores de transgênicos, atrás dos Estados Unidos (62,5 milhões de hectares) e da Argentina (19,1 milhões).

A área global de plantações geneticamente modificadas cresceu 10,7 milhões de hectares em 2008, ou 9,4% em relação ao período anterior. Com o aumento, as lavouras transgênicas alcançaram 125 milhões de hectares cultivados.
Leia mais no site do CIB:

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Livros recomendados

*Uma outra boa indicação de livro de Ecologia é o:
- Livro: Ecologia
Autor: Eugene Odum
Editora: Guanabara Koogan

Resumo da obra:

Obra de uma das maiores autoridades em Ecologia, onde os temas são abordados didaticamente, do todo para as partes, selecionando novos exemplos relacionados com as atividades humanas.

É uma versão atualizada e extensamente reescrita do clássico Fundamentals of Ecology, tendo em vista as novas descobertas e o aumento da consciência ambiental do público.

A ecologia populacional recebeu uma cobertura extensa nos dois capítulos que tratam de populações e comunidades. Apêndice com a descrição dos principais tipos de ecossistemas naturais da biosfera. Destinado a estudantes de biologia, engenharia florestal, sociologia, e profissionais interessados nos problemas ambientais.

Aborda temas referentes: aos ecossistemas, a energia nos sistemas ecológicos, os ciclos biogeoquímicos, fatores limitantes e o ambiente físico.

Enfatiza também a dinâmica de populações, desenvolvimento das comunidades e evolução no ecossistema, o método dos sistemas e os modelos matemáticos em Ecologia.

Os livros aqui recomendados servem para auxiliar na busca de conteúdos referentes a Ecologia, facilitando a compreensão e estudo desta disciplina.

Livros recomendados

Ecologia

A palavra Ecologia tem origem no grego “oikos", que significa casa, e "logos", estudo. Logo, seria o estudo da casa, ou seja, do lugar onde se vive.

Foi o naturalista alemão Ernst Haeckel, em 1869, quem primeiro usou este termo para designar o estudo das relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem, além da distribuição e abundância dos mesmos no planeta.

Portanto, Ecologia é o estudo das interações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente.

Se você é estudante de Biologia, áreas afins ou se interessa por assuntos de Ecologia.Recomendamos a leitura dos seguintes livros que irão ajudá-lo a entender o estudo do meio ambiente e suas inter-relações com os diversos seres vivos:

- Livro: A Economia da Natureza
Autor: RICKLEFS, Robert E.
Edição: 5ª / 2003
Editora: Guanabara koogan

Resumo da obra:

O livro então introduz o conceito de bioma mostrando a diversidade de habitats na Terra; discutindo como a energia dos alimentos se move entre os diferentes componentes da biosfera, enfatizando a interconexão da vida e do mundo físico.

Expõe a estrutura e a dinâmica populacional e as interações entre as populações de diferentes espécies, incluindo as interações pedrador-presa e a competição.

Discutindo também a organização e a regulação das comunidades ecológicas, enfatizando como os sistemas ecológicos são continuamente desafiados e mantidos, e como a dinâmica desses sintomas formam padrões de biodiversidade no planeta. Enfatizando uma visão geral dos problemas ambientais e algumas de suas soluções.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Reprogramação celular

Grupos do Rio de Janeiro e de Ribeirão Preto reprogramam células humanas adultas e as fazem se comportar como células-tronco embrionárias

Linhagem de célula-tronco com pluripotência induzida: Brasil é o quinto país a dominar a técnica.

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto Nacional do Câncer (Inca) conseguiram reprogramar células adultas humanas (e de camundongos) e as fizeram se comportar como se fossem células-tronco embrionárias, revelou no sábado (24/01) reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

É a primeira vez que um grupo de pesquisa nacional produz as chamadas células-tronco pluripotentes induzidas (iPS, na sigla em inglês), em tese capazes, como as células-tronco embrionárias, de gerar qualquer tipo de célula e de tecido de um organismo.

Na terça-feira (27), um grupo do Centro de Terapia Celular (CTC) do Hemocentro de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), anunciou que também havia obtido células-tronco pluripotentes induzidas a partir de fibroblastos humanos, um tipo de célula da pele. O CTC é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) financiados pela FAPESP.

O Brasil é o quinto país a dominar a técnica de produzir iPS, ao lado dos Estados Unidos, China, Alemanha e Japão.

O trabalho no Rio de Janeiro foi coordenado pelo neurocientista Stevens Rehen da UFRJ e pelo biomédico Martin Bonamino do Inca, que mudaram a programação de uma linhagem de células adultas humanas obtidas de rins.

Os cientistas esperam que o método possa estimular os estudos com células-tronco para o tratamento de doenças. "O domínio da técnica de reprogramação celular garante ao país a possibilidade imediata de criação de modelos inéditos para o estudo de doenças como Parkinson, esquizofrenia, cardiopatias, além de doenças genéticas como Síndrome de Down, distrofia muscular", disse Rehen.

A grande vantagem do novo método, criado no Japão e que foi eleito pela revista científica Science como o maior feito do ano de 2008, é não necessitar de embriões para a produção de células-tronco pluripotentes, entrave ético que provoca acalorados debates nos meios científico e religioso.

A reprogramação foi obtida por meio da inserção de quatro genes (Oct-3/4, Sox-2, Klf-4 e c-Myc) em retrovírus, que, em seguida, foram introduzidos nas células adultas. É a ação dos genes que faz as células adultas retrocederem a um estágio indiferenciado igual ao das das células-tronco embrionárias.

A receita usada para obter as células-tronco com pluripotência induzida pode ser obtida no site dos pesquisadores cariocas. "Queremos estimular o uso da técnica por outros laboratórios do país", disse Rehen. Essa linha de pesquisa não tem a pretensão de substituir os estudos com células-tronco embrionárias. É uma uma abordagem complementar, que pode diminuir a necessidade do emprego na pesquisa científica de embriões descartadados por clínicas de fertilização in vitro.

Trabalhando com Elisa Maria de Souza Russo Carbolante, a pesquisadora Virgínia Picanço e Castro, do CTC de Ribeirão Preto, usou uma técnica bastante semelhante à empregada por seus colegas cariocas para produzir as iPS.

A reprogramação também foi obtida pela inserção de retrovírus que carregavam genes - nesse caso, seis genes, e não quatro, como no trabalho da UFRJ/Inca - com as instruções necessárias para que as células adultas retrocedessem a um estágio semelhante aos das células-tronco embrionárias. "Estamos reproduzindo agora essas células em laboratório para que tenhamos material para muitos estudos", diz Virgínia.

Fonte: http://www.revistapesquisa.fapesp.br/index.php?art=5323&bd=2&pg=1&lg=. Acesso em: 27 jan. 2009. A edição de Pesquisa FAPESP de fevereiro traz reportagem completa sobre o trabalho dos pesquisadores da UFRJ e do Inca.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Terapia Médica com células-tronco embrionárias

O primeiro estudo clínico em humanos

Terapia baseada em células-tronco embrionárias humanas será testada nos EUA em pacientes com lesões na medula espinhal

Numa decisão histórica, uma empresa da Califórnia, a Geron Corporation, recebeu autorização do Food and Drug Administration (FDA), órgão que regula o uso de remédios e a venda de alimentos nos Estados Unidos, para testar em pessoas uma terapia baseada no emprego de células-tronco embrionárias humanas. A companhia vai injetar células-tronco em até dez pacientes com paralisia devido a graves lesões na medula espinhal e analisar a segurança e os possíveis efeitos do procedimento. É a primeira vez em todo o mundo que uma terapia com esse tipo de célula recebe sinal verde para ser experimentada em humanos.

As células-tronco embrionárias têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula e tecido do corpo humano. Mas não se sabe ao certo que reações elas podem provocar quando introduzidas num organismo e também se é possível controlar seu processo de transformação em células mais específicas. Um dos riscos sempre mencionados é o de que a introdução das células-tronco embrionárias pode provocar certos tipos de tumores nas pessoas. Além disso, grupos religiosos e até mesmo alguns cientistas questionam se é ético usar embriões humanos descartados para obter esse tipo de célula, que parece ter um enorme potencial terapêutico.

Como deu o aval para que os primeiros testes clínicos em humanos sejam realizados, o FDA entendeu que hoje os possíveis benefícios desse novo tipo de terapia são maiores do que os riscos e as questões morais.

Leia toda a notícia acessando o link abaixo:

sábado, 24 de janeiro de 2009

Vírus que infectam vírus

Virófagos e Sputniks

Surpreso com esses termos? Não fique, pois eles se referem a vírus que parasitam vírus. É isso mesmo que você leu. Em 2003, pesquisadores anunciaram a descoberta, em Bradford, na Inglaterra, de vírus gigantes que receberam o nome de mimivírus, parasitas de amebas que viviam em torres de resfriamento.

Agora, os mesmos pesquisadores isolaram uma nova linhagem de vírus gigantes em amebas encontradas em uma torre de resfriamento em Paris. Esses vírus receberam o nome de mamavírus, por serem um pouco maiores do que os mimívirus anteriormente descritos. No interior das amebas, os mamavírus utilizam os seus genes para organizar uma verdadeira “fábrica de replicação viral”.

Agora, o fato surpreendente. Ao estudarem amebas infectadas por mamavírus, os pesquisadores perceberam – com a utilização de microscopia eletrônica – a presença de vírus menores que estavam parasitando os mamavírus no interior da ameba! Ou seja, esses vírus menores, que os pesquisadores denominaram de sputniks – por constituírem satélites dos vírus maiores –, atuavam como parasitas de vírus, ou, se quiserem, como virófagos (nome dado em alusão aos vírus bacteriófagos, que parasitam bactérias).

Comparado ao mamavírus, o genoma de um sputnik é bem pequeno: possui cerca de 21 genes, mas ele causa estragos consideráveis. Ele apodera-se da maquinaria de replicação dos mamavírus (na fábrica de replicação viral existente no interior da ameba) para se reproduzir. O importante nisso é que os pesquisadores descobriram, ainda, que amebas co-infectadas com vírus sputniks liberam mamavírus deformados, revelando que os sputniks são realmente parasitas desses vírus gigantes, neles causando uma “doença” deformante.

É realmente o primeiro caso notificado de vírus parasitas de vírus. Para encerrar, os vírus gigantes e os seus correspondentes vírus satélites também parecem coexistir em organismos do plâncton marinho, o que poderia explicar possíveis efeitos na ciclagem de nutrientes com a participação desses seres nos oceanos.

Microscopia eletrônica em que podem ser vistosmamavírus (vermelho) e sputniks (verde).
Fonte: PEARSON, H. “Virophage” suggests virus are alive. London, Nature, v. 454, n. 7205, 7 Aug 2008, p. 677.

Definições e conceitos gerais: introdução

Aprenda a usar as Normas da ABNT (1 de 4)

Dicas para você começar a normalizar seus trabalhos com perfeição.

Quando o assunto é “Normas da ABNT”, muitos estudantes e profissionais chegam a ter um frio na barriga, só de pensar em passar horas e horas formatando e organizando um documento ou trabalho acadêmico. O terrorismo de que a formatação é complicada e burocrática realmente assusta, mas seguindo todas as dicas disponíveis no site BaixaKi sobre as famosas normas da ABNT, vamos desmitificar tudo isso!

Primeiramente, o conceito mais importante a ser definido é ABNT. Esta é a sigla de “Associação Brasileira de Normas Técnicas”, entidade privada sem fins lucrativos, que é o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil. Fundada em 1940, a ABNT fornece a base normativa necessária ao desenvolvimento tecnológico no país.

Por que usar as Normas da ABNT?

Imagine a situação: Trabalho de Conclusão de Curso da faculdade e o seu orientador avisa que toda a estrutura do seu trabalho deve ser feita com base nas Normas da ABNT... E você se pergunta: por que toda essa burocracia? O motivo é simples, pois a normalização estabelece um padrão para que os temidos TCCs tenham uma estrutura de informações que possa ser entendida por todos.

O mesmo ocorre no caso de um produto, em que todos os procedimentos de uso seguem um padrão que proporciona meios mais eficientes para a troca de informação entre o fabricante e o cliente. Além disso, a normalização facilita o intercâmbio comercial, evitando conflitos de regulamentos sobre produtos e serviços. “Na prática, a Normalização está presente na fabricação dos produtos, na transferência de tecnologia, na melhoria da qualidade de vida através de normas relativas à saúde, à segurança e à preservação do meio ambiente.” (ABNT, 2008).

As razões para usar normas em um negócio são imensas, como: recursos para melhoria de produtos e serviços em geral, facilidade para exportar produtos, redução de erros, atender aos padrões e regulamentações técnicas, aumentar a confiança ao negócio e muitos outros fatores.

Portanto, quando seu professor pedir a padronização do seu trabalho nas Normas da ABNT, não pense que isso é uma chatice ou que ele tem um plano para prejudicar você (isso apenas para aquelas pessoas que têm mania de perseguição). Imagine se cada um pudesse fazer o trabalho da maneira que quisesse... Alguém poderia entregá-lo numa folha amarela, com a fonte Comic Sans, tamanho 36, sublinhada e com efeito tachado!

Agora que você já sabe alguns motivos para normalizar um trabalho, começaremos a parte divertida da normalização: conhecer e destrinchar o conteúdo das normas. Quando eu estava na Universidade, tive a sorte de ter uma professora “intérprete” que ensinou e traduziu todos os termos rebuscados das normas, facilitando a compressão para muita gente.

Então, para se ter um aproveitamento melhor das normas, segue um glossário com os termos mais usados. Nos próximos artigos referentes às normas, estes termos serão citados, ou seja, é importante conhecê-los.

GLOSSÁRIO COM OS TERMOS MAIS ENCONTRADOS NAS NORMAS

1. Anexo: os anexos também são elementos opcionais, ou seja, são incluídos apenas se o auto achar necessário. Difere-se dos apêndices pelo fato de ser um material não elaborado pelo autor, já que a forma de digitação e inclusão é a mesma.

Exemplo: ANEXO A – MANUAL DE PROCEDIMENTOS – 2008.

2. Anverso da folha de rosto: é a “parte da frente” da folha de rosto.

3. Apêndice: elemento opcional que foi elaborado pelo próprio autor do trabalho como forma de complemento. O termo Apêndice deve ser digitado em letra maiúscula, em negrito e diferenciado dos demais por letras do alfabeto consecutivas.

Exemplo: APÊNDICE A - Relação de softwares mais baixados no Baixaki.

4. Capa: elemento obrigatório para proteção externa do trabalho com informações indispensáveis para identificação deste.

5. Citação: menção feita no trabalho, mas que foi elaborada por outro autor e, conseqüentemente, extraída de outra fonte de informação.

6. Epígrafe: citação e autoria que o autor do trabalho ache interessante e que tenha uma relação com o trabalho. As epígrafes, normalmente, são encontradas nas primeiras páginas de um trabalho.

7. Errata: lista com folhas e linhas que apresentaram algum erro no trabalho e, logo na seqüencia, as devidas correções. Normalmente, a errata é um papel avulso entregue junto com o trabalho impresso.

8. Folha de rosto: elemento obrigatório com elementos essenciais para identificação do trabalho — todo o detalhamento do conteúdo presente em uma folha de rosta será tratado no artigo sobre Normalização de Trabalhos Acadêmicos.

9. Glossário: uma lista em ordem alfabética contendo um termo e sua respectiva definição.

10. Índice: Relação, que pode ser tanto de palavras quanto frases, ordenadas de acordo com um critério determinado, que localiza e remete o leitor para informações presentes em um texto.

11. Lista: enumeração dos elementos presentes em um texto, como siglas, ilustrações, datas etc. A numeração de cada item da lista deve seguir a ordem de ocorrência no trabalho.

12. Referências: elemento obrigatório em todos os trabalhos, contendo uma lista de fontes (livros, manuais, CDs, DVDs, mapas etc.) utilizadas e consultadas durante o desenvolvimento do trabalho. As normas para referências serão tratadas em um próximo artigo.

13. Resumo: apresentação rápida e clara com os pontos importantes e que serão discutidos/tratados no trabalho como um todo.

14. Sumário: enumeração de todos os elementos e seções de um texto, ou seja, todos os títulos e outras partes de um trabalho, com o número da página em que se encontram. A ordem e a grafia devem seguir o mesmo padrão apresentado no desenvolvimento do trabalho.

15. Verso da folha de rosto: parte de trás da folha de rosto, contendo a ficha catalográfica.

Estes são apenas alguns termos, não tão conhecidos, e encontrados nas normas. Eles farão com que você entre no clima da normalização e comece a ficar preparado para as próximas explicações — para colocar a mão na massa, que é o que mais interessa. Pois, a normalização não é um bicho-de-sete-cabeças.


Escrito por: Andressa Xavier

Citações: dicas e exemplos

Aprenda a usar as Normas da ABNT: Citação (2 de 4)

Dando continuidade ao processo de formatação de documentos, hoje, o assunto tratado será citação. A norma brasileira para elaboração de citações é a NB10520 e tem como objetivo apresentar as características oficiais para a criação de citações em todo o tipo documento, nos quais o emprego das Normas da ABNT seja necessário.

Aprendendo a citar, aprendendo a dar valor...

Assim como já diria Armando Nogueira: “Copiar o bom é melhor que inventar o ruim”, em todo o tipo de trabalho ou criação de projetos, acabamos copiando ou emprestando parte do conhecimento de outras pessoas. Entretanto, isso não ocorre porque não tivemos a capacidade de pensar em algo do gênero antes, mas sim porque existem fontes que realmente servem como base para desenvolver um trabalho, e, conseqüentemente, devem ser usadas e consultadas.

Copiar o bom não é feio, de maneira alguma! Feio é copiar e não citar a fonte... Fazendo isso, você acaba se apoderando e levando créditos com base no conhecimento de outra pessoa, sendo antiético e completamente deselegante. É a mesma coisa que ocorre quando você tem uma idéia mirabolante, seja no trabalho ou na escola, e alguém vai lá, copia o que você fez e ainda diz “Fui eu que fiz!”. Que tipo de sentimento você teria? Certamente, você não ficaria feliz.

Mas muita gente deve pensar: “Ah, ninguém nem vai descobrir”, mas pode ter certeza que alguém, um dia, descobrirá. Existem casos de alunos que foram expulsos de Universidades pelo fato de terem copiado na íntegra o trabalho de outras pessoas. Para evitar problemas, enaltecer o trabalho dos outros (que, afinal de contas, devem ter suado a camisa para desenvolvê-lo) e fazer com que os seus trabalhos tenham citações corretas, a NBR 10520 está disponível e por isso devemos utilizá-la.



TIPOS E REGRAS DE CITAÇÃO

Existem três tipos de citação propriamente ditos, além das notas de referência e de rodapé: citação direta, citação indireta e citação de citação. Primeiramente, é interessante aprender os tipos e exemplo para, depois, verificar uma compilação com os pontos de destaque.

CITAÇÃO DIRETA

A citação direta é a transcrição textual fiel de parte de um conteúdo de uma obra, ou seja, durante a elaboração de um trabalho acadêmico, por exemplo, foi necessário consultar um autor específico e, para o seu trabalho, alguma frase foi importante. Nesse caso, você vai copiá-la, mas vai citá-la. Por ser a transcrição exata de uma frase/parágrafo de um texto, a frase/parágrafo em questão será apresentada entre aspas duplas, podendo assumir duas formas:

1. Citando e referenciando: a chamada pelo nome do autor, quando feita no final da citação, deve apresentar-se entre parênteses, contendo o sobrenome do autor em letra maiúscula, seguido pelo ano de publicação e página em que o texto se encontra.

Exemplo 1:
“Não saber usar a internet em um futuro próximo será como não saber abrir um livro ou acender um fogão, não sabermos algo que nos permita viver a cidadania na sua completitude” (VAZ, 2008, p. 63).

2. Referenciando e citando: a citação a seguir foi feita como sendo um parágrafo do texto. Assim, o sobrenome do autor deve ser digitado normalmente, com a primeira letra em maiúscula e as demais em minúsculo, seguido do ano e página em que o texto se encontra, sendo estas informações apresentadas entre parênteses.

Exemplo 2:
Segundo Vaz (2008, p. 63) “não saber usar a internet em um futuro próximo será como não saber abrir um livro ou acender um fogão, não sabermos algo que nos permita viver a cidadania na sua completitude”.

Como você pode ver, a citação direta é a cópia exata de um texto. Caso o documento original contenha algum tipo de grifo, como uma palavra em negrito, em itálico ou sublinhado, a sua citação deve ter esse tipo de grafia, acrescentada com a observação “grifo do autor”.

Exemplo 3:
“Uma das referências mais conhecidas a respeito do conceito de padrão de projeto é o livro A Timeless Way of Building, escrito em 1979 pelo arquiteto Christopher Alexander” (KOSCIANSKI; SOARES, 2007, p. 289, grifo do autor).

Esse mesmo tipo de observação aplica-se quando, por exemplo, você tiver feito algum grifo na citação, para enfatizar uma palavra ou frase. No caso, deve-se acrescentar a expressão “grifo nosso”, indicando que o presente autor (você) fez a alteração.
Exemplo 4:
“O termo defeito no PSP refere-se a tudo que esteja errado em um software, como erros na arquitetura, na representação de diagramas, problemas em algoritmos etc.” (KOSCIANSKI; SOARES, 2007, p. 123, grifo nosso).

CITAÇÃO DIRETA COM MAIS DE TRÊS LINHAS

As citações com mais de três linhas devem ter um tipo de destaque diferente: é necessário reduzir o tamanho da fonte, podendo ser para 10 ou 11 e também é preciso aplicar um recuo de 4 cm em relação à margem esquerda.

Frase muito grande para citação:

Imagine um parágrafo com 10 linhas, sendo que apenas a primeira e a última linha interessam a você. Nesse caso, você vai usar uma supressão, que é a inclusão de um sinal de colchetes com reticências, exatamente como esse [...], indicando que um trecho do texto não foi usado, veja um exemplo:

“As propostas de melhorias de processo e tecnologia são coletadas e analisadas [...] com base nos resultados de projetos-piloto” (KOSCIANSKI; SOARES, 2007, p. 153).

CITAÇÃO INDIRETA

Depois de ler um artigo, você chegou a uma conclusão semelhante a do autor consultado. Mas por algum motivo pessoal, você não tem interesse em usar as mesmas palavras e exatamente a mesma estrutura que encontrou no artigo em questão. Nesse caso, você fará uma citação indireta, já que o seu texto teve como base uma obra consultada. Seguindo o mesmo formato de apresentação da citação direta, a indireta também deve conter o autor da frase citada, bem como o ano da publicação do artigo/livro. Apresentar a página em que o conteúdo se encontra é opcional.

Exemplos:
Lancaster (1993, p. 6) aponta como um aspecto importante na recuperação das informações é a extensão dos conteúdos a serem indexados.
ou:

Um aspecto importante na recuperação das informações é a extensão dos conteúdos a serem indexados (LANCASTER, 1993).

As citações indiretas podem ter mais de um autor, até pelo fato de que você pode ter consultado várias obras até chegar a sua conclusão, veja:

Tanto Weaver (2002, p.18) como Semonche (1993, p. 21) apontam questionamentos que devem preceder o planejamento da indexação de artigos de jornais, como: Qual a finalidade do artigo? Quem é o público-alvo que terá acesso ao artigo? Que tipo de informação o usuário procura?


CITAÇÃO DE CITAÇÃO

Livros antigos e considerados clássicos em um assunto são importantes serem citados. Mas nem sempre eles estão disponíveis. Imagine um livro do ano de 1970, que foi publicado apenas nos Estados Unidos ou outro livro que, por algum motivo, você não tenha conseguido encontrar em livrarias, sebos e bibliotecas... Você não teve acesso ao documento em seu formato original, mas, durante suas pesquisas, encontrou um autor que teve a sorte de ter em mãos o documento, e este fizera uma citação extremamente importante para o seu trabalho.

Não pense que você perderá a oportunidade de usar este conteúdo. Para contornar isso, existe a citação de citação. Como o próprio termo leva a entender, você fará uma citação de um conteúdo que foi citado na obra que você está consultando. Esse tipo de citação é recomendado em último caso, já que o correto é tentar localizar a fonte original. Veja dois exemplos, tanto de citação direta quanto indireta.

Exemplo de citação de citação (seguindo o modelo direto):

Segundo Van Dijk (1983), citado por Fagundes (2001, p. 53), “no texto jornalístico é convencional apresentar-se um resumo do acontecimento abordado. Esse resumo pode ser expresso por letras grandes separadas do resto do texto ou na introdução no ‘lead’”.

Exemplo de citação de citação (seguindo o modelo indireto):

Segundo Fujita (1999) citada por Fagundes (2001, p. 65) a indexação engloba três fases: 1) análise por meio da leitura do documento, em que serão selecionados os conceitos; 2) síntese, com a elaboração de resumos e 3) a identificação e seleção de termos com auxílio de uma linguagem documentária.

REGRAS GERAIS E SÍNTESE DA NORMA
De maneira sintetizada, aqui você confere os pontos importantes a respeito dos tipos de citação e outras dicas:

Citação Direta

1. Deve conter o ano de publicação e a página que o texto foi extraído.
2. Se você primeiro citar a frase entre aspas, a referência do autor deve apresentar-se na ordem: (SOBRENOME DO AUTOR, ano, página). Lembre-se: sobrenome do autor em caixa alta.
3. Se você primeiro referenciar o autor, para depois fazer a citação, use: Sobrenome (ano, número da página). Lembre-se: apenas a primeira letra do sobrenome em maiúscula.
4. Se a citação tiver algum termo entre aspas " ", coloque-o entre aspas simples, já que a citação em si (a frase toda) apresenta-se entre aspas duplas.
Citação Indireta
Segue a mesma formatação quanto a referência do sobrenome do autor (no início ou no final da frase), ficando a critério do autor (você) inserir o número da página em que o texto foi retirado.

Citação de Citação

Segue a mesma formatação quanto a referência do sobrenome do autor (no início ou no final da frase). Lembre-se de usar esse tipo de citação com cautela, para não fazer um trabalho do tipo “fofoca”, no qual você apenas copia algum conteúdo que, na verdade, já foi copiado.

Notas de rodapé:

As notas de rodapé são caracterizadas por números ou letras apresentado no final da citação, que aparecem em seqüencia, no corpo do trabalho.

No rodapé, você pode referenciar:
Um trabalho que ainda esteja em fase de elaboração, sendo que em seu texto, deve constar a expressão entre parênteses (em fase de elaboração).
Informações verbais obtidas durante uma conversa, dados coletados em uma palestra etc., sendo que em seu texto, deve constar a expressão entre parênteses (informação verbal).
Qualquer tipo de menção que julgue necessário, seguindo as normas de referências ou vocabulário livre.

Detalhes, muitos detalhes estão presentes nas normas de citação. Lendo pela primeira vez, tudo isso pode parecer muito confuso e difícil, mas com o passar do tempo a formatação acaba sendo tão intuitiva e direta, que você, com certeza, não precisará consultar as explicações acima. Os processos, tanto para direta, indireta ou citação de citação acabam sendo parecidos, fato que permite memorizar melhor o processo.

Ao final deste artigo encontram-se as fontes utilizadas como referências, para fazer os exemplos de citações... Elas estão de acordo com a NBR 6023, referente às informações e documentação necessárias para elaboração de referências.


REFERÊNCIAS

XAVIER, Andressa Cristina. Processamento informacional de um jornal histórico com vista à sua disponibilização na internet. 2007. 80 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Gestão da Informação) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2007. [Orientador: Prof. Dr. Ulf Gregory Baranow].

KOSCIANSKI, A.; SOARES, M. Qualidade de software: aprenda as metodologias e técnicas mais modernas para o desenvolvimento de software. São Paulo: Novatec Editora, 2007.

VAZ, Conrado Adolpho. Google Marketing: o guia definitivo do marketing digital. São Paulo: Novatec Editora, 2007.


Escrito por: Andressa Xavier

Como elaborar Referências e exemplos

Elaboração de Referências em trabalhos acadêmicos (3 de 4)

No artigo anterior sobre as Normas da ABNT, você verificou como é feio se apropriar do conhecimento alheio, sem citar a fonte. Todo mundo gosta de receber créditos e saber que um conteúdo disponível, seja na internet ou em um livro impresso, ajudou e realmente foi útil para outras pessoas. Mas além de citar os autores no corpo do texto, você também deve criar uma lista com todo o referencial teórico consultado durante o desenvolvimento de seu trabalho. E essa lista terá as “Referências” do trabalho. O referencial teórico é um elemento obrigatório nos trabalhos acadêmicos e cada tipo de documento informacional que foi usado, como livros, filmes, monografias, mapas etc. deve ser referenciado.

Partindo do exposto, o objetivo deste artigo é fazer com que vocês aprendam as especificidades, durante a criação de uma referência, dos tipos de documentos informacionais mais utilizados em trabalhos acadêmicos.

Livros

Os livros, sem dúvida, são os documentos mais usados como base para fazer um trabalho. As referências desses documentos são semelhantes aos de uma monografia (com algumas peculiaridades que serão citadas), manuais, dicionários, enciclopédias entre outros.

Os elementos principais para referenciá-los são os seguintes:

Sempre você vai começar a referência pelo sobrenome do autor em letra maiúscula, seguido de seu nome com apenas a primeira letra maiúscula. Depois, coloque um ponto. Agora, insira o título do livro com um destaque, que pode ser em negrito, itálico ou sublinhado.

Coloque um sinal de dois pontos e digite o subtítulo do livro. Em seguida, adicione a edição do livro apenas sob a forma de numeral. Ponto. Insira o local de publicação do livro seguido de dois pontos. Agora, escreva o nome da editora, coloque uma vírgula e o ano de publicação. Mais um ponto. Adicione o número de páginas do livro e ponto final.

Tenho certeza que depois de ler os dois parágrafos acima você pensou: “é muita coisa e tudo é muito complicado, não quero mais saber disso”, mas não é, e não desista! As notações e todos os pontos e vírgulas devem ser inseridos corretamente, pois fazem parte da norma. Nos exemplos você vai identificar as abreviações de edição e páginas. Para facilitar a visualização e fixação da seqüência, segue um “esquema” abaixo:

É como se fosse uma receita de bolo, você pode segui-la à risca, bem como pode acrescentar alguns ingredientes que forem necessários. Isso vai acontecer no caso de mais de um autor. Mas, existem alguns dados, como o número da edição do livro, que, caso você não cite em seu trabalho, não farão com que você perca pontos. Veja alguns exemplos com as abreviações corretas:

Livro: apenas um autor e nome por extenso

VAZ, Conrado Adolpho. Google Marketing: o guia definitivo do marketing digital. 2. ed. São Paulo: Novatec Editora, 2007. 480 p.

Livro: apenas um autor e nome abreviado

VAZ, C. A. Google Marketing: o guia definitivo do marketing digital. 2. ed. São Paulo: Novatec Editora, 2007. 480 p.

Livro: até três autores com nome por extenso

GOMES, Elisabeth; BRAGA, Fabiane. Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo. 2. ed. São Paulo: Editora Campus, 2007. 142 p.

Livro: até três autores com nome por abreviado

GOMES, E.; BRAGA, F. Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo. 2. ed. São Paulo: Editora Campus, 2007. 142 p.

Monografias e Teses

A seguir, você pode conferir a referência de uma tese de mestrado. Note que os elementos essenciais estão presentes, acrescentados por especificações como o nome do curso de mestrado, Universidade e professor orientador.

FAGUNDES, S. A. Leitura em análise documentária de artigos de jornais. Marília, 2001. 322 p. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Universidade Estadual Paulista, São Paulo, 2001. [Orientadora: Profa. Mariângela Spotti Lopes Fujita].

Caso a sua referência tenha sido um trabalho de conclusão de curso, ela ficará deste jeito:

XAVIER, A. C. Processamento informacional de um jornal histórico com vista à sua disponibilização na internet. 2007. 80 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Gestão da Informação) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2007. [Orientador: Prof. Dr. Ulf Gregory Baranow].

MONOGRAFIA ONLINE

Mas agora suponha que esta mesma monografia esteja disponível no site da Universidade e que você tenha acessado o conteúdo exatamente neste formato pela internet. A referência ficará assim:

XAVIER, A. C. Processamento informacional de um jornal histórico com vista à sua disponibilização na internet. 2007. 80 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Gestão da Informação) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2007. [Orientador: Prof. Dr. Ulf Gregory Baranow]. Disponível em: . Acesso em: 6 nov. 2008.

Toda vez que um documento for encontrado na internet, você deve colocar no final da referência o link de acesso entre os sinais de < > e data em que o conteúdo foi acessado. Basta seguir exatamente a expressão usada acima, e tudo está certinho.

Revistas

Quando o artigo for de uma revista, coloque o sobrenome do autor em letra maiúscula, seguido se seu nome com apenas a primeira letra em maiúsculo. Digite o título do artigo, coloque dois pontos caso ele tenha um subtítulo e digite ponto. Insira o nome da revista em que o artigo foi publicado, destacando-o com negrito, itálico ou sublinhado. Digite vírgula, o volume da revista, vírgula novamente, o número da revista, mais uma vírgula, período em que o artigo foi publicado, vírgula, ano de publicação e ponto final.

Exemplos:

SOBRENOME DO AUTOR, Título do artigo. Nome da revista, volume, número, período de publicação, ano de publicação.

Exemplos: LIMA, V. M. A. Estudos para implantação de ferramenta de apoio à gestão de linguagens Documentárias: vocabulário controlado da USP1. Revista Transinformação, v. 18, n. 1, jan./abr., 2006.

LOPES, I. L. Uso das linguagens controlada e natural em bases de dados: revisão da literatura. Ciência da Informação, v. 31, n. 1, p. 41-52, jan./abr. 2002.


A notação para volume é apenas a letra “v”, em minúscula, acrescentada por um ponto e o número em algarismo arábico. O mesmo ocorre para os números das revistas, mas com a notação “n”, também em minúsculo. Os períodos de publicação em meses são expressos abreviadamente. Como segue abaixo:
  1. Janeiro = jan.
  2. Fevereiro = fev.
  3. Março = mar.
  4. Abril = abr.
  5. Maio = maio
  6. Junho = jun.
  7. Julho = jul.
  8. Agosto = ago.
  9. Setembro = set.
  10. Outubro = out.
  11. Novembro = nov.
  12. Dezembro = dez.

Exemplos diversos

Artigo online de uma entidade

NISO. National Information Standars Organization. Understanding Metadata. Disponível em: http://www.niso.org/standards/resources/UnderstandingMetadata.pdf. Acesso em: 02 jun. 2007.

Artigo publicado na internet
ROSETTO, M.; NOGUEIRA, A. H. Aplicação de elementos metadados Dublin Core para descrição de dados bibliográficos on-line da biblioteca digital de teses da USP. Disponível em: . Acesso em: 13 abr. 2007.
Órgãos do Governo
BRASIL. Ministério Público Federal. Rede de Bibliotecas. Indexação: orientações técnicas. Brasília, DF, 2005.

Legislação
BRASIL. Código civil. 46. ed. São Paulo: Saraiva: 1995.


Basicamente é isso. Com o tempo, você começa a ter mais prática na elaboração das referências, sempre que necessário consulte as normas da ABNT.
Escrito por: Andressa Xavier/ com algumas adaptações.

Normalização de trabalhos acadêmicos


Normalizando trabalhos acadêmicos (4 de 4)


Final do ano chegando e a loucura para entrega de trabalhos finais e monografias se intensifica. E, mais do que nunca, você precisa estar afinado com as Normas da ABNT. Neste artigo, vamos apresentar as regras gerais para normalização de trabalhos acadêmicos, seguindo como base a NBR 14724.

Elementos obrigatórios

Em um trabalho acadêmico, existem elementos da estrutura considerados obrigatórios, ou seja, se você esquecer de colocá-los perderá pontos. Eles são:

Pré-Textuais (elementos que vêm antes do trabalho propriamente dito): capa, folha de rosto, resumo, sumário. Essa é a relação de elementos essenciais, mas se você achar necessário, poderá adicionar uma página de errata (corrigindo algum erro verificado após a impressão do trabalho e sem tempo para correção), folha de aprovação, dedicatória, agradecimentos, epígrafe (que é uma frase que você julgue impactante para seu trabalho), lista de ilustrações, lista de abreviaturas e siglas e lista de símbolos.

Textuais: seu trabalho, com introdução, desenvolvimento e considerações finais.

Pós-Textuais (elementos que vêm depois da conclusão do seu trabalho): referências e outros elementos adicionais tais como: apêndice (quando foi você fez), anexo (quando foi retirado de alguma fonte) e glossário.

Numerando as páginas

Você começa a contar a partir da folha de rosto, mas só vai iniciar a numeração na página da introdução. Ou seja, você não deve colocar a numeração em nenhum elemento pré-textual. Deste modo, a primeira página a apresentar numeração será a folha referente a Introdução, antes dela, as folhas são contadas mas não devem ter numeração. Estes números de páginas devem constar no canto superior direito da folha.

Margens e espaçamento

Segundo a ABNT, as margens dos trabalhos acadêmicos devem ter os valores de superior: 3 cm; esquerda: 3 cm; inferior: 2 cm e direta: 2 cm.

Esses são os valores de base para a apresentação do seu trabalho, lembrando que todo o desenvolvimento do texto deve ter os parágrafos justificados. Os espaços entre linhas devem ser de 1,5 cm; com exceção das citações longas que são apresentadas em espaços simples e deslocamento de 4 cm em relação à margem.

Numeração de seções

O conteúdo do seu trabalho é dividido em seções, sendo que normalmente você começa por: 1 INTRODUÇÃO, 2 JUSTIFICATIVA e assim por diante. Mas quando o trabalho possuir mais de uma subdivisão de seção, a numeração desses itens expressa-se conforme o exemplo:
1 GRANDES BIOMAS DO MUNDO (Maiúsculo e em negrito);

1.1 PRINCIPAIS BIOMAS BRASILEIROS (apenas maiúsculo);

1.1.1 Floresta Amazônica (apenas as primeiras letras de cada palavra em maiúscula);

1. 1. 1. 1 Clima e vegetação (apenas a primeira letra da primeira palavra em maiúscula);
E assim por diante...

Seguindo os passos apresentados nos artigos - com certeza, você não terá mais problemas em compreender como deve ser feita a normalização dos trabalhos usando as Normas da ABNT.

O site BaixaKi também disponibiliza um exemplo de trabalho acadêmico, que pode ser visualizado no link: http://www.mediafire.com/?ozzfdiznzzw


Escrito por: Andressa Xavier (com adaptações).